André Carvalho, do Instituto Português do Desporto e Juventude, exemplificou perante os presentes (árbitros de futebol e futsal, treinadores e outros agentes desportivos do futebol e outras modalidades), os atributos da utilização do cartão branco, iniciativa do Plano Nacional de Ética no Desporto.

Na explicação de André Carvalho, ficou evidente o propósito do cartão branco, sendo o mesmo um meio de reconhecer, destacar e recompensar os comportamentos e atitudes eticamente relevantes que os agentes desportivos tenham durante o decorrer do jogo.
A atribuição do cartão branco poderá ser a jogadores, treinadores, dirigentes e ao público mediante comportamentos e atitudes eticamente relevantes, quais seguidamente são exemplificadas:

- Jogadores
- Pede desculpa ao adversário de forma sincera e mostrando arrependimento, após ter tido uma conduta imprópria;
- Reconhece de forma pública e digna uma infração que acabou de cometer, ajudando o árbitro no controlo do jogo;
- Repõe a verdade de forma pública e voluntária caso o árbitro se tenha enganado, ajudando este na clarificação de situações dúbias;
- Anima e incentiva os colegas de equipa quando falham em momentos decisivos do jogo;
- Demonstra um conjunto de valores importantes para a vida, dentro e fora de campo;
- Integra e dá bom exemplo (conduta) aos mais
- Mantém a humildade, a simplicidade e o fairplay na vitória e na derrota;
- Verifica que existe um problema com o material desportivo do adversário e disponibiliza o seu (ou da sua comitiva);
- Toma a iniciativa de se defrontar em igualdade mesmo quando os regulamentos e código de conduta o beneficiam;
- Promove um clima saudável com os adversários, antes e após o jogo.

- Treinadores
- Incentiva os seus atletas a ajudar os adversários sempre que aqueles necessitam;
- Respeita, em todos os momentos, e de modo igual, os seus atletas e adversários;
- Respeita os seus colegas de profissão, os dirigentes, espectadores e outros agentes;
- Mantém a humildade, a simplicidade e o fairplay na vitória e na derrota;
- Promove o equilíbrio de jogo caso verifique que existe um número inferior na equipa adversária por razões de força maior;
- Promove a igualdade de oportunidades  e a igualdade de género a todos os atletas, independentemente do seu desempenho;
- Valoriza o esforço e prestação dos seus atletas , não se focando excessivamente no resultado;
- Transmite de forma clara aos seus atletas os valores éticos do Desporto.

- Dirigentes

- Mantém a humildade, a simplicidade e o fairplay na vitória e na derrota;
- Respeita os seus colegas dirigentes e outros agentes;
- Valoriza o esforço e prestação dos seus atletas, não se focando excessivamente no resultado;
- Transmite de forma clara aos seus atletas os valores éticos do Desporto.

- Público
- Manifesta um são relacionamento pessoal e desportivo com outros agentes desportivos;
- Apoia de forma positiva e com fairplay ambas as equipas;
- Mantém a humildade, a simplicidade e o fairplay na vitória e na derrota.

Com o propósito da "contaminação" no reconhecimento de uma atitude nobre, os árbitros de futebol e futsal foram os grandes visados desta formação, tornando-os agentes da mudança, implementação, e continuidade da ética no desporto. 

Além de recompensar os agentes desportivos, o cartão branco é também um instrumento de educação para a sociedade em geral, devido aos jogadores e árbitros de hoje, serem os espetadores e dirigentes desportivos de amanhã, divulgando e tornando a recompensa de atitudes nobres e respeitáveis uma prática recorrente.

Em abril, a Madeira foi noticia a nível nacional após o Selecionador Regional de Futsal, Bruno Salgado, ter recebido um cartão branco pela FPF, IPDJ e AF Aveiro depois de num jogo de futsal, Bruno Salgado ter retirado um jogador da Seleção da Madeira devido a Seleção adversária ter sido reduzida a 4 elementos.

Após a assinatura do memorando de entendimento entre o IPDJ e a AF Madeira para promoção e valorização das atitudes éticas no futebol regional, o Torneio de Futebol no âmbito da 8.ª edição do CRIAMAR Street Football, é a primeira prova a estar recetiva aos cartões brancos. 

Nas competições regionais sob organização da AF Madeira, a implementação do cartão branco será uma realidade nas próximas semanas.

Fotografia: Roberto Silva